Participação das Seleções Africanas (lusófonas) no CAN (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique).
A participação das Seleções Africanas (lusófonas) no CAN legitima um novo olhar sobre o futebol africano. Todos os elogios possíveis às Seleções de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique outorgam dois conceitos completamente distintos: loucura e bravura.
Se o elogio da loucura reporta à nossa mente o espectro fantasmagórico de uma competição futebolística entre as seleções lusófonas e os colossos africanos, nomeadamente, África do Sul, Costa do Marfim, Egipto, Gana, Marrocos, Nigéria (….), o mesmo já não se aplica ao elogio da bravura.
A manifestação de bravura traça, em si mesma, a assertividade, o arrojo, o brilhantismo e a ousadia que se refletem nos valores patrióticos de um Povo audaz e destemido. Foi interessante verificar que essa audácia e valentia acalentaram os corações dos cabo-verdianos e de todos os apoiantes da sua Seleção num coro de apaziguamento, de consolo e serenar das emoções face à pesada derrota frente à poderosa Seleção da África do Sul.
Os Tubarões Azuis puderam pulverizar o estádio de Yamoussoukro com a mais pura magia aromatizada pelo perfume do futebol praticado pelos jogadores, durante os 120 minutos recheados de grande façanha e proeza épica.
A Seleção de Cabo Verde, os jogadores, a equipa técnica e todo o staff estão de PARABÉNS por tudo o que fizeram ao longo deste campeonato africano de futebol, tendo demonstrado equilíbrio, quietude, serenidade e fair play. Apraz-nos dizer “Honra e Louvor” no quadro de um famigerado dizer futebolístico: “esforço, devoção, dedicação e glória”.
A nação cabo-verdiana jamais esquecerá a noite do dia 3 de fevereiro de 2024 na Costa do Marfim por ser a noite de todos os sonhos que só foram desfeitos no desempate por grandes penalidades. Este foi o derradeiro desígnio que colocou Cabo Verde e os Tubarões Azuis fora da primeira presença nas meias-finais do Campeonato Africano de Futebol.
Os jogadores cabo-verdianos mostraram a sua proeza como verdadeiros “bravos do pelotão”. Durante o jogo, Gilson Benchimol, Vozinha e restantes jogadores abrilhantaram-nos com a sua competência técnica e futebolística, força mental e psicológica.
Infelizmente, o guarda-redes da África do Sul, Ronwen Williams, estava inspirado ao defender quatro dos cinco penáltis apontados pelos jogadores cabo-verdianos.
Viva, Cabo Verde! Viva, os “Tubarões Azuis”!