Mensagens sobre o Dia Internacional da Mulher – 2021

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Homenagem da Presidente da Associação Caboverdeana, Filomena Vicente, por ocasião do Dia Internacional da Mulher

Ao assinalar o Dia Internacional da Mulher neste ano de 2021, a Associação Caboverdeana saúda todas as mulheres do Mundo, reiterando o seu apoio à luta pela igualdade e equidade de género, e realça o papel da Mulher durante a crise de COIVID-19. Presto homenagem a todas quantas afectadas pelo vírus e aquelas na linha de frente no combate à pandemia.

A Associação, ela própria hoje sob uma liderança feminina, apela as associadas e as demais mulheres, cabo-verdianas e não cabo-verdianas, a partilharem exemplos de resiliência contra a crise, apostando no diálogo, no empreendedorismo e na promoção de lideranças femininas em todos os quadrantes da sociedade portuguesa.

Para a ACV, o dia 8 de Março, em Portugal, em Cabo Verde e no Mundo, constitui um marco significante da afirmação dos valores humanistas, em prol de mais e melhor Humanidade.


Às Mulheres de todo o mundo, a minha singela homenagem.

Filomena Vicente - Presidente da ACV

Dia Internacional da Mulher

Para reafirmar os Direitos das Mulheres como parte integrante e inalienável dos Direitos Humanos Universais. Tal como disse António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas, “a desigualdade de género é a grande injustiça da nossa época e o maior desafio que enfrentamos em matéria de Direitos Humanos, a desigualdade devia envergonhar-nos no século XXI porque não é apenas inaceitável, é estúpida.”

Atravessamos o mais difícil período da nossa vida coletiva, com uma crise pandémica a afetar não só a saúde e a segurança, mas todo o funcionamento da sociedade. Tal como todas as crises, também esta veio agravar as desigualdades e impor retrocessos nos direitos adquiridos e nos próprios Direitos Humanos, pilar fundamental do desenvolvimento social. O próprio direito à Igualdade de Género conheceu um rápido retrocesso, sobrecarregando as mulheres com as maiores dificuldades geradas pela crise: estão na linha da frente a  desempenhar o seu papel primordial, como Educadoras e Cuidadoras e  estão na retaguarda a assegurar o funcionamento das famílias.

O ano de 2020 foi um ano terrível para o progresso da igualdade de gênero. As mulheres lutaram na linha de frente da pandemia, enfrentando o máximo de trabalho com salário mínimo e reconhecimento. Perderam seus empregos, enfrentaram o aumento dos encargos assistenciais não remunerados e foram expostos ao aumento da violência de gênero. Seu acesso à saúde e direitos sexuais e reprodutivos foi ainda mais limitado.

De acordo com a ONU Mulheres, as mulheres compõem 70% dos profissionais de saúde em todo o mundo e ganham 11% menos do que seus colegas homens. Na Europa, as mulheres compõem 58% de todos os assalariados do salário mínimo. Além disso, em nossas casas, as mulheres normalmente assumem mais responsabilidade pela educação domiciliar, trabalho doméstico e familiar, muitos durante o teletrabalho. No entanto, esse trabalho extra recebe muito pouco reconhecimento, sem remuneração, e contribui para um número desproporcionalmente alto de mulheres trabalhando em meio período, com contratos precários.

A segregação horizontal do mercado de trabalho (o que significa que mais mulheres do que homens tendem a trabalhar em setores de baixa remuneração) é um fator importante, pois mostra  a diferença salarial entre os sexos. Existe uma necessidade de melhorias das condições salariais e de trabalho em setores dominados por mulheres, de modo a garantir transparência salarial e acesso à upskilling e aprendizagem ao longo da vida, e ao mesmo tempo incentivar mais e mais mulheres no STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática)

Nossos apelos por autodeterminação, participação igualitária e representação finalmente precisam ser ouvidos. Incluir mulheres em pé de igualdade em cada conversa e decisão deve-se tornar o padrão para todos. Queremos dar um  adeus à política antiquada, patriarcal e regressiva do século passado, mas será que os conservadores finalmente entenderão que sociedades inclusivas, diversas e iguais beneficiarão a todos nós? Diante da reação atual, as mulheres do mundo associativo estarão aqui para amplificar a voz das mulheres e lutar pela igualdade e direitos das mulheres.”

Eu, dirigente da Associação Caboverdiana de Lisboa (ACV-Lisboa), pela sua especificdade, quer no país e junto das  comunidades,  assume deste  modo o compromisso  com a promoção da igualdade de género e do combate a todas as formas de discriminação e de violência de género, que têm impedido as mulheres de uma participação plena na sociedade. Está nas nossas mãos, através da implementação de condições de proximidade, reforçar este compromisso e alcançar resultados que nos conduzam a uma sociedade mais justa, em que ninguém fique para trás.

Fernanda Silva - Vice-Presidente da ACV