Colóquio Internacional 2019 - Nota Introdutória

Colóquio Internacional 2019 – Nota Introdutória

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Colóquio Internacional de homenagem ao Doutor Francisco Frederico Hopffer, a Armando Napoleão Rodrigues Fernandes, ao poeta António Pedro Costa, à compositora e pianista Tututa Evora, ao médico e escritor Henrique Teixeira de Sousa e ao poeta Mário Fonseca e de evocação do Boletim Cabo Verde, do Colóquio do Mindelo sobre a língua cabo-verdiana e da criação da Escola de Formação de Professores do Ensino Secundário da Praia.

26 de Outubro de 2019 (Sábado) das 10h00 às 20h00)

Sede da Associação Caboverdeana, Rua Duque de Palmela nº2, 8º andar, ao Marquês de Pombal

NOTA INTRODUTÓRIA

1.  Cumprindo com uma prática já tradicional, promove a Associação Caboverdeana (ACV), de 4 de Outubro a 08 de Novembro do corrente ano de 2019, a VIII Quinzena da Cultura Cabo-Verdiana em Lisboa.

Tal como nas edições anteriores, a VIII Quinzena da Cultura Cabo-Verdiana em Lisboa realiza-se em Outubro, o mês em que, no dia 18, se celebra o aniversário natalício de Eugénio Tavares, patrono do Dia da Cultura e das Comunidades Cabo-Verdianas, alargando-se o seu prazo de realização, em razão da quantidade das actividades propostas e da feição alongada das Quinzenas Culturais promovidas pela ACV, para a primeira semana do  mês de Novembro.

A VIII Quinzena da Cultura Cabo-Verdiana em Lisboa reveste-se todavia de um cunho especial, pois que se realiza no ano em que, tendo como marco baptismal a fundação da Casa de Cabo Verde (a primeira denominação histórica da actual Associação Caboverdeana), se iniciaram no mês de Junho passado as comemorações do Cinquentenário da mesma associação, a mais antiga ainda em funcionamento em Portugal.  Acresce ainda que o ano da realização da já tradicional Quinzena Cultural da Associação Caboverdeana ficará certamente marcada pela elevação da morna a Património Cultural Imaterial da Humanidade na expectável classificação da UNESCO. É nesse contexto que se inserem a interpretação de temas musicais compostos pela Dona Tututa Évora, uma das personalidades homenageadas da VIII Quinzena Cultural, e outras interpretações musicais protagonizadas no decurso da mesma.

2. Destacam-se como actividades da Quinzena da Cultura Cabo-Verdiana em Lisboa a exposição de pintura de Kiki Lima intitulada Em Morna Liberdade, a apresentação pública do romance O Meu Padeiro foi o Diabo, de Mário Lúcio Sousa, dos livros As Mulheres da Ilha de Santa Luzia – Cabo Verde Misterioso (prosa) e Os Ais da Alma (poesia), de Sónia Jardim, e do livro de poemas Meu Recanto – As Espumas do Amor, de José Moreno, e o Colóquio Internacional em Homenagem ao Doutor Francisco Frederico Hopffer, ao poeta António Pedro Costa, à compositora e pianista Tututa Évora, ao médico e escritor Henrique Teixeira de Sousa e ao poeta Mário Fonseca e de Evocação do 70º aniversário da fundação do Boletim Cabo Verde e do 40º aniversário da realização do Colóquio do Mindelo sobre a Língua Cabo-Verdiana e da criação da Escola de Formação de Professores do Ensino Secundário da Praia.

A Quinzena da Cultura Cabo-Verdiana em Lisboa terá o seu encerramento festivo com um jantar com música ao vivo e gastronomia caboverdianas e a apresentação pública do novo site e da revista cultural online Mundo Caboverdeano.

Com essas actividades pretende a ACV chamar a atenção do público interessado para diversas formas de criatividade de autores caboverdianos ou de temática cabo-verdiana nas ilhas e diásporas e homenagear personalidades caboverdianas ou luso-caboverdianas cujas acções marcaram a História e a Cultura das ilhas, na linha, aliás, do desiderato das anteriores Quinzenas Culturais promovidas pela ACV.

3. Especial realce merece o Colóquio Internacional de Homenagem ao médico Doutor Francisco Frederico Hopffer, ao lexicógrafo Armando Napoleão Rodrigues Fernandes,  ao poeta António Pedro Costa, à compositora e pianista Tututa Évora, ao médico e escritor Henrique Teixeira de Sousa e ao poeta Mário Fonseca e de Evocação do Boletim Cabo Verde, da realização do Colóquio do Mindelo sobre a Língua Cabo-Verdiana e da criação da Escola de Formação de Professores do Ensino Secundário da Praia.

3.1. Na verdade, as personalidades homenageadas e as efemérides evocadas influenciaram de forma duradoura a sociedade caboverdiana das ilhas e diásporas.

3.1.1.Nascido em 1828 na Vila da Praia e falecido em 1919 na cidade de Lisboa, o Doutor Francisco Frederico Hopffer mereceu o reconhecimento da sociedade do seu tempo, tanto na então Metrópole colonial como no seu arquipélago natal, quer pela sua acção como médico, mormente no domínio da saúde pública, tendo sido condecorado com a Ordem Militar da Torre e Espada em razão dos serviços prestados no combate à epidemia da cólera no concelho de Santa Catarina, quer ainda pela sua acção cívica, em defesa dos ideais democráticos e liberais, tendo sido por isso agraciado com a Ordem de Sant´Iago e a Ordem Militar de Cristo.

Segundo consta do livro A Imprensa Cabo-Verdiana (1820-1975), de João Manuel Nobre de Oliveira, criou, em Lisboa, o Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas que ministrou um curso livre de higiene popular, curso esse também ministrado no Teatro Africano da sua cidade natal da Praia.

Formado pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e Doutorado em Medicina pela Universidade de Bruxelas, o Doutor Francisco Frederico Hopffer foi o primeiro autor caboverdiano de um livro de temática caboverdiana, editado e impresso em Cabo Verde, designadamente da obra Appontamentos para a topographia médica da ilha do Maio- colligidos no anno de 1869 pelo Dr. Francisco Frederico Hopffer (Praia, I. S. Thiago, 1871, Imprensa Nacional de Cabo Verde).

Foi administrador do concelho de Santa Catarina, Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santo Antão e co-fundador, na cidade da Praia, da primeira Biblioteca Pública de Cabo Verde.

Ademais, inaugurou o primeiro consultório médico da cidade de Lisboa, na Rua Dom Carlos, tendo sido vogal do Conselho de Saúde Naval e do Ultramar e membro da Academia Real de Ciências de Lisboa.

3.1.2. Nascido em 1889 na ilha Brava e falecido em 1969 na ilha de Santiago, na vila de Assomada, Armando Napoleão Rodrigues Fernandes foi um Homem Grande de muitos ofícios e de muitas obras, de entre as quais se destaca O Dialecto Crioulo – Léxico do Dialecto Crioulo do Arquipélago de Cabo Verde, ultimado em 1941 e dado à estampa somente em 1991,e cuja filha Ivone Ramos, organizadora da edição da obra, foi uma exímia cultora da escrita em língua caboverdiana e uma abalizada escritrora no chamado português literário caboverdiano, de que a filha mais velha, Orlanda Amarílis, foi também uma excelente cultora.

3.1.3. Nascido em 1909 na cidade da Praia e falecido em 1966 em Moledo (concelho de Caminha), considerado um poeta de caboverdianidade bissexta, António Pedro Costa marcou todavia de forma irrecusável a literatura caboverdiana ao publicar, em 1929, com capa do artista plástico modernista Jaime de Figueiredo e tendo como editor João Lopes, o livro de poemas Diário, introdutor do modernismo literário, nas suas feições simbolista e surrealista, na mesma literatura.

3.1.4. Nascida em 1919 na cidade do Mindelo e falecida em 2014 na ilha do Sal, a Dona Tututa Évora (de seu nome completo Epifânia de Freitas Silva Ramos Évora) é uma das primeiras mulheres pianistas e compositoras de Cabo Verde, tendo a sua vida e obra merecido, no ano do centenário do seu nascimento, a publicação de um livro no qual são reproduzidas as partituras das suas composições musicais.

3.1.5. Nascido em 1919 na ilha do Fogo e falecido em 2006 em Oeiras, o médico Henrique Teixeira de Sousa distinguiu-se pela sua profícua acção em prol da saúde pública em Timor e em várias ilhas do arquipélago caboverdiano, tendo escrito inúmeros artigos e estudos versando essa matéria.

Ademais, desenvolveu uma acção cívica francamente positiva enquanto Presidente da Câmara Municipal de São Vicente.

Como escritor, celebrizou-se como um dos mais profícuos e prolixos escritores caboverdianos do seu tempo. Autor de um livro de contos e de sete romances, integrando seis deles os ciclos foguense e mindelense da sua escrita literária, Henrique Teixeira de Sousa alargou o campo de jurisdição da prosa de ficção caboverdiana, abordando e aprofundando, na sequência de O Escravo, o romance pioneiro da prosa de ficção caboverdiana, de José Evaristo de Almeida, problemáticas raciais e sociais e injectando um novo fulgor neo-realista na nossa escrita ficcional, desse modo dando um contributo pioneiro para o encetamento da fase neo-claridosa da literatura caboverdiana.

3.1.6. Nascido em 1939 na cidade da Praia e falecido em 2009 na sua urbe natal, integrante com Oswaldo Osório e Arménio Vieira de um excelente trio de poetas da liberdade, Mário Fonseca foi um dos mais proeminentes vates da modernidade poética caboverdiana.

 Autor lusógrafo centrado nas problemáticas da emancipação política e da desalienação cultural das criaturas humanas caboverdianas, Mário Fonseca é também considerado um dos mais destacados poetas da segunda vaga da Geração da Nova Largada e um dos mais incontornáveis cultores da afro-crioulitude, uma das vertentes temáticas fundamentais desse movimento político-cultural, aliás, amplamente vazada no livro da sua lavra Se a Luz é para Todos (o segundo da sua autoria, extraviado que foi O Mar e as Rosas, que deveria ter sido o seu livro de estreia literária, na voragem pela ocupação pela PIDE da sede da Sociedade Portuguesa de Escritores).

Poeta do mundo e inventor da emblemática expressão Mon Pays est une musique (aliás, título do seu primeiro livro, editado em 1986, na Mauritânia) , Mário Fonseca publicou a maior parte da sua obra poética na língua francesa, num total de três livros (Mon Pays est une Musique, La Mer à Tous les CoupsL´Odiférante Evidence de Soleil qu´est Une Orange), tornando-se, assim, com João Vário, um dos mais produtivos poetas caboverdianos nessa língua que tanto amou.   

3.1.7. Fundado em Outubro de 1949, na cidade da Praia, e dirigido por Bento Levy, o Boletim de Informação e Propaganda, mais popularizado e celebrizado como Boletim Cabo Verde, comprovou-se como uma das mais abrangentes revistas culturais da época colonial, especialmente do período do Estado Novo colonial-fascista, tendo-se tornado até, em face da lendária intermitência da célebre revista Claridade e do jornal sanvicentino Notícias de Cabo Verde, a mais importante publicação cultural caboverdiana da década de cinquenta e de parte da década de sessenta do século passado. Essa importância tornou-se tanto mais evidente, na medida em que, não obstante as suas génese e natureza oficiosas, o Boletim Cabo Verde (melhor seria dizer a Revista Cabo Verde) caracterizava-se por uma notável abertura na angariação de colaboradores e na abordagem dos problemas do Cabo Verde desses tempos coloniais, tendo por isso contado com a colaboração de quase todos os letrados e intelectuais caboverdianos activos na altura da sua publicação (para além de notáveis não-caboverdianos, como Alfredo Margarido, Manuel Ferreira, Orlando Ribeiro ou Almerindo Lessa), logrando assim publicar grande parte da produção literária dos claridosos e dos pré-claridosos ainda vivos na época e revelar poetas e ficcionistas tão importantes na História literária caboverdiana, como Maria Helena Spencer, Gabriel Mariano, Onésimo Silveira, Francisco Lopes da Silva, Pedro Duarte, Jorge Pedro Barbosa, Virgílio Pires, João de Deus Lopes da Silva, Mário Fonseca ou Arménio Vieira, sendo ainda de se realçar que foi nas suas páginas que, colaborador desde o primeiro número, Amílcar Cabral publicou, em 1951, os seus “Breves Apontamentos sobre a Poesia Cabo-Verdiana” e Teixeira de Sousa o seu estudo “Cabo Verde e a sua Gente” (como separata) sobre a identidade caboverdiana, para nos referirmos somente a dois ensaios de amplas repercussões na dissecação da literatura e da sociedade cabo-verdianas e na busca de novos caminhos para a sua evolução.

Conjugando uma feição oficiosa, que lhe garantiu uma duradoura sustentabilidade financeira e uma incomum longevidade num período em que grassava a censura prévia, com uma invejável diversidade de temáticas e de colaboradores, nela publicaram quase todos os autores que contavam durante a década e meia da sua existência, desde Juvenal Cabral e Amílcar Cabral, José Lopes e Gabriel Mariano, Jorge Barbosa e Teixeira de Sousa, António Carreira e Virgílio Pires….

Foi também através do Suplemento Cultural do Boletim Cabo Verde (número único, Outubro de 1958) que se fez o baptismo colectivo do Grupo Nova Largada, fundado em Lisboa em 1953 e no qual pontificaram nomes como Aguinaldo Brito Fonseca, Manuel Duarte, Gabriel Mariano, Ovídio Martins, Yolanda Morazzo, Francisco Lopes da Silva, Carlos Monteiro Leite, Terêncio Anahory, Pedro Gregório Lopes, José Araújo, José Leitão da Graça, José Augusto Monteiro Pinto, Sylvia Crato Monteiro, Isolino Gomes, José dos Santos, entre outros.

Nele foram publicados alguns dos mais subversivos poemas do Cabo Verde colonial, como “Onde”, de Jorge  Barbosa,  ou “Quando a Vida Nascer”, de Mário Fonseca.

Transformado em revista de cultura e documentação com a fundação, em Agosto de 1962 e por impulso do então Ministro do Ultramar, Adriano Moreira, do famigerado jornal O Arquipélago, e assim despojado/libertado da sua face mais ostensivamente oficiosa, o Boletim Cabo Verde não lograria sobreviver a essa nova fase da sua vida, que também foi do recrudescimento dos movimentos políticos africanos emancipalistas, vindo assim a sucumbir em 1964 ante o agravamento da política do silêncio colonial-fascista reinante. Anote-se, a título de curiosidade, que, não obstante o seu vincado e descarado situacionismo político-ideológico e em razão de ser a única publicação periódica em circulação nessa altura, o semanário Arquipélago não deixou de contar com a colaboração de importantes intelectuais caboverdianos e emergentes escritores islenhos pós-nativistas, tais João Lopes, António Aurélio Gonçalves, Jorge Barbosa, Baltasar Lopes da Silva, Félix Monteiro, Maria Helena Spencer, Henrique Teixeira de Sousa, Luís Romano, Arnaldo França, Teobalbo Virgínio, Gabriel Mariano, Nuno Miranda, João Rodrigues ou Jorge Miranda Alfama.

3.1.8. Interessante é que foi também num ano terminado em 9, mais precisamente em 1899, que se publicou na cidade do Mindelo uma das mais importantes publicações periódicas caboverdianas do peíodo colonial, a Revista de Cabo Verde. Dirigida pelo maiense Luis Loff de Vasconcellos e impressa em Lisboa, a Revista de Cabo Verde  protagonizou, a par das recorrentes polémicas a propósito da transferência da capital da cidade da Praia para a cidade do Mindelo, uma intransigente defesa das causas caboverdianas de então (tais, por exemplo, a adjacência, a vituperação da eventual venda das colónias, a ampla disseminação da educação, a luta contra a discriminação dos funcionários públicos caboverdianos em relação aos metropolitanos), pela pena dos então jovens Luís Loff de Vasconcellos, Eugénio Tavares, José Lopes, Januário Leite, Viriato Gomes da Fonseca, Eduardo José Roiz Fernandes e de outros ilhéus imbuídos de um fervor nativista que, nas palavras de João Manuel Nobre de Oliveira insertas na sua monumental A Imprensa Cabo-Verdiana (1820-1975), raiava o nacionalismo.

3.1.9. Realizado com o apoio da UNESCO em 1979 na cidade do Mindelo, o Colóquio sobre a Língua Cabo-Verdiana viria a constituir-se como um importante marco na valorização da nossa língua materna, quer por ter procedido à aprovação do segundo alfabeto de base fonético-fonológica da história da língua caboverdiana depois daquele defendido e sustentado por António da Paula Brito nos finais do século XIX nas páginas da revista da Sociedade de Geografia de Lisboa, quer ainda por ter recomendado várias medidas de política linguística com vista à efectiva promoção da língua caboverdiana.  Controverso por ter adoptado os chamados chapéus para a sinalização de dígrafos e palatais, o chamado Alfabeto do Mindelo viria a ser superado e suplantado num longo processo que culminaria na adopção do ALUPEC (Alfabeto Unificado para a Escrita do Cabo-Verdiano), primeiramente a título experimental, depois como o alfabeto oficial da língua caboverdiana.

Também criada em 1979, a Escola de Formação de Professores do Ensino Secundário da Praia marca não só o nascimento do ensino universitário em Cabo Verde, como também a introdução do ensino do crioulo a esse nível escolar. 

Confrontada com a necessidade da introdução da língua caboverdiana nos vários níveis de ensino concomitantemente com a preparação do material didáctico-pedagógico e a formação do corpo docente para o efeito, a par da sua co-oficialização plena em paridade (inicialmente simbólica) com o português, muitas são ainda as questões em debate e controvérsia relacionadas com as problemáticas do bilinguismo e das relações língua materna caboverdiana versus língua segunda portuguesa.

É neste contexto de controvérsia e de luta pela promoção e de valorização da língua caboverdiana a par da língua portuguesa para um desejável e efectivo bi(multi)linguismo crioulo-português e crioulo- línguas dominantes nos países (natais e de acolhimento) das comunidades caboverdianas que se deve também um merecido tributo de homenagem àquelas personalidades caboverdianas já falecidas e que ao longo dos tempos laboraram, com inteligência e espírito de missão, para a dignificação da língua caboverdiana, a língua que perfaz a identidade da nação crioula caboverdiana, global e diaspórica, tais António da Paula Brito, Eugénio da Paula Tavares, Pedro Monteiro Cardoso, Armando Napoleão Fernandes, Baltasar Lopes da Silva, Dulce Almada Duarte. Essas personalidades caboverdianas demonstraram-se pelos seus feitos intelectuais como grandiosas e ingentes, tendo o seu facho sido felizmente retomado por inteiro pelas novas gerações pós-coloniais que vêm elevando a novos e irreversíveis patamares o estatuto literário e co-oficial da língua caboverdiana enquanto língua materna e nacional dos caboverdianos das ilhas e diásporas.

4. Organizado em painéis temáticos e tendo como oradores eminentes especialistas dos estudos caboverdianos e contando como colaboradores os integrantes dos grupos VozTerra e Tapoé e outros artistas, o Colóquio Internacional integrante da VIII Quinzena da Cultura Cabo-Verdiana em Lisboa pode pois demonstrar-se, para além de lugar de louvação e homenagem, como um importante espaço de reflexão, de debate e de lançamento de olhares críticos sobre a cultura e a sociedade caboverdiana num ano em que, quase centenária, a ACV prossegue na sua nova largada em defesa e na promoção da comunidade caboverdiana residente em Portugal. 

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